Defesa de Braga Netto relembra áudio de Cid: ‘Moraes prende quando ele quer’

O advogado José Luis de Oliveira Lima, representando o general e ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL),
Walter Braga Netto
, durante a sustentação oral no plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), relembrou um áudio do delator do processo penal,
tenente-coronel Mauro Cid
.

Em
áudios obtidos pela revista Veja em 2024
, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro critica o ministro da Corte,
Alexandre de Moraes
, e também a Polícia Federal (PF): “O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público [MP], sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”.

O trecho foi lido pela defesa de Braga Netto, afirmando que o acordo de colaboração de Cid é repleto de “vícios”. “Sou um defensor da delação premiada. Acho que é um exercício do direito de defesa. É fundamental, mas ele tem que ser coerente”, disse o advogado.

Confira os áudios:

Para a
Procuradoria-Geral da República (PGR), o militar, candidato à vice-presidência na chapa de Bolsonaro em 2022, foi um dos líderes da suposta organização criminosa que articulava um plano para aplicar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Lula, em janeiro de 2023.

Braga Netto foi preso preventivamente em dezembro de 2024, após a Polícia Federal apontar que ele estaria tentando interferir nas investigações da suposta trama golpista, acessando conteúdos sigilosos da
delação de Mauro Cid
.

O ex-ministro e o ex-presidente são apontados como membros do chamado “núcleo crucial” da trama golpista. Ao todo, oito réus são acusados de integrar a “principal” equipe que arquitetou o suposto golpe:

  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
  • Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo Bolsonaro;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro;
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Bolsonaro, candidato à vice-presidência em 2022.

Na Suprema Corte, Bolsonaro e aliados respondem por cinco crimes, sendo eles:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Assista ao julgamento:

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