Venda de carros cresce, mas produção cai em setembro; entenda

O emplacamento de carros, carros comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil subiu 7,9% em setembro, de acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nesta quarta-feira (8). Segundo a entidade, foram 243,2 mil
veículos novos vendidos
, ante 225,4 mil em agosto.

Por outro lado, os dados da produção preocupam o setor. O mesmo levantamento revelou que o número de veículos produzidos caiu de 247 mil em agosto para 243,4 mil em setembro, um recuo de 1,5%. Também houve uma queda na comparação do trimestre com recuo de 0,8% frente ao mesmo período do ano passado. Segundo a Anfavea, os dados demonstram
dificuldades do setor para manter o desempenho.

“Os números do período de julho a setembro nos preocupam por indicarem a perda da tração que verificamos na primeira metade do ano e nos impõem o desafio de uma recuperação considerável no último trimestre, diante de uma base muita boa do final do ano passado”, disse Igor Calvet, presidente da Anfavea.

Entre os motivos para a queda no desempenho está a taxa básica de juros, a Selic, em patamares elevados. Calculada em 15% ao ano, a taxa de referência do mercado eleva os custos do crédito e dificulta o financiamento das empresas.

Apesar do indicador alarmante, o
setor já produziu 2 milhões de veículos
, marca geralmente alcançada na segunda quinzena de outubro. A maior queda na produção foi entre os carros de passageiro, saindo de 194,2 mil em agosto para 183,2 mil no mês passado, queda de 5,7%.

A produção de caminhões se manteve estável em 10,1 mil ante a agosto. Porém, houve uma queda acentuada (23,5%) na comparação com o mesmo período no ano passado, quando foi registrado 13,2 mil veículos produzidos

Exportações em queda

Outro fator que influencia negativamente o setor é o fim de um acordo bilateral com a Colômbia para a exportação de veículos. A venda para o exterior tem um acumulado no ano de 51,6% em comparação com os embarques de janeiro a setembro de 2024, totalizando 430,8 mil veículos.

Porém, o acordo com os colombianos preocupa o setor pela criação de um Imposto de Importação de 16,1% para automóveis brasileiros já em outubro. “Trata-se do nosso terceiro maior destino de exportações e, apesar dos esforços do governo brasileiro, segue a incerteza sobre como ficará o desempenho das vendas para a Colômbia”, disse a Anfavea.

No total, o país exportou 52.544 veículos montados, um recuo de 8% ante agosto, quando foram vendidos para o mercado externo cerca de 57 mil. Em valor, as exportações chegaram em R$ 1,3 bilhão .

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