Vereador afirma ter sofrido ameaças após audiência sobre fim das carroças em BH
O vereador Osvaldo Lopes (Republicanos), autor da lei que prevê o fim das carroças em Belo Horizonte, afirmou ter sofrido ameaças durante e após a
audiência pública realizada nesta quarta-feira (20) na Câmara Municipal
“Durante a audiência pública, a minha assessoria estava sentada na frente e ouviu eles falando que ‘esse vereador, nós temos que resolver com ele na porrada. Ele merece tomar muita porrada para ele aprender’”, relatou à Itatiaia. Osvaldo acrescentou que há registros em vídeo, foto e áudio das ameaças.
“No pós-audiência, um carroceiro foi filmado e, no final, ele e fala assim: ‘você acha melhor o carroceiro com a carroça ou o carroceiro armado? […] Eu vou ter que comprar uma arma e virar um bandido e um criminoso e agir com a arma’”, completou.
De acordo com o vereador, as falas foram vistas como uma ameaça velada, mas com potencial de se concretizar. “Ele ainda disse que o vereador tem que lembrar que ‘o que está acontecendo hoje, ele vai ser cobrado lá na frente, não por mim, mas pode ser que outra pessoa venha a fazer algo com ele’”, contou.
Proibição dos carroceiros
A audiência, convocada pelos vereadores Pedro Patrus (PT) e Edmar Branco (PCdoB), teve como objetivo ouvir os carroceiros sobre os impactos da lei, antecipada de 2031 para 2026, e que prevê um programa de transição profissional.
Durante o encontro, representantes dos trabalhadores demonstraram preocupação com o futuro da categoria e o destino dos animais, enquanto a prefeitura afirmou que busca alternativas e políticas públicas para garantir sustento às famílias e cuidado aos cavalos.
Lopes destacou que a proposta não deve deixar os trabalhadores desamparados. “São 438 carroceiros cadastrados na Prefeitura, que vão ser beneficiados através de políticas públicas que já estão sendo construídas. O prefeito Álvaro Damião, o secretário de Meio Ambiente João Paulo e o secretário de Governo Guilherme Doutro estão nessa construção para que, em 2026, eles não fiquem sem a sua renda”, disse.
Segundo ele, Belo Horizonte estuda adotar modelos de transição semelhantes aos de Maceió, onde carroceiros passaram a utilizar triciclos elétricos para serviços de transporte. “Com esse triciclo elétrico eles vão poder fazer cadastro em depósito de material de construção, depósito de gás, fazer entregas, ou seja, ampliar o leque de trabalho e trazer muito mais renda para sua casa”, afirmou.
Apesar da defesa de alternativas, o vereador disse ter cancelado a audiência que realizaria no dia 25 diretamente com os carroceiros. “Diante do ocorrido hoje aqui na casa, com a ameaça de morte, eu preferi recuar e cancelar essa audiência pública”, declarou.
