

Relator da CPMI do INSS: ‘Só falta o depoente urinar em cima da mesa’
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, concedeu coletiva nesta segunda-feira (13), e disse que os documentos reunidos até agora apontam contra o ex-presidente do INSS. Segundo ele, as provas serão analisadas para evitar injustiças, mas já indicam prejuízo relevante aos cofres públicos.
Gaspar afirmou que está “acostumado com valentia de investigado” e que, no entanto, os dados mostram condutas incompatíveis com o cargo de presidente do INSS. Ele ressaltou o papel da Controladoria-Geral da União (CGU) nas apurações. Sem a atuação da CGU, disse, o esquema poderia ter continuidade.
Gaspar se mostrou ainda bastante insatisfeito com o “pouco caso” que, aparentemente os depoentes estão apresentando nas oitivas: “Olha, o fato de ter vindo com a habeas corpus dá essa autoridade de ‘araque’. Só falta depois chegar e urinar na mesa por conta desses habeas corpus.”
A investigação, segundo o relator,
demonstra que houve autorizações de descontos em massa que contrariaram a instrução normativa assinada pela própria presidência do INSS.
Gaspar também citou acordos envolvendo consignados firmados com o PICPEN e com a Crefisa. Ele anunciou que esses contratos serão alvo de apuração mais detalhada a partir de janeiro do próximo ano.
O relator afirmou que o investigado tem direito à defesa, mas que documentos e fatos apontam na direção contrária à sua inocência.
Gaspar disse que as respostas obtidas até agora não o satisfizeram, mas que permitiram aprofundar o confronto entre provas e alegações. Ele garantiu que continuará a colher depoimentos e que não teme enfrentar investigados, “seja lá quem for”, para responsabilizar quem praticou ou protegeu irregularidades.
Por fim, o relator afirmou que pretende convocar todas as pessoas de interesse para depor e comentou ter expectativa positiva quanto ao depoimento da servidora Leila.