Dólar tem leve alta com tensão entre EUA e China ainda no radar

O dólar voltou a crescer, nesta terça-feira (14), com uma leve alta de 0,19% cotado a R$ 5,47. O pregão do dia foi marcado pela retomada da tensão comercial entre Estados Unidos e China, com sobretaxas portuárias entrando em vigor em ambos os países e o
presidente Donald Trump voltando a ameaçar encerrar as negociações com Pequim.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, acusou a China de tentar prejudicar a economia mundial ao
restringir as exportações de terras raras, um grupo de 17 minerais críticos para a indústria. “Isso é um sinal de quão fraca está a economia deles, e eles querem derrubar todos os outros junto com eles”, disse, em entrevista ao Financial Times.

Em outra frente, Trump foi até sua rede social, a Truth Social, alegar que os chineses
propositalmente não compram a soja americana. “Nós estamos considerando encerrar os negócios com a China em relação ao óleo de soja e outros elementos de comércio, como retaliação”, afirmou.

Segundo o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos, o aumento da tensão gera receios de barreiras comerciais significativas entre as duas maiores economias globais. A “aversão ao risco” resultou em uma demanda maior por ativos considerados “porto-seguros” como moedas mais consolidadas e o ouro.

“A maior aversão global a riscos resultou em uma demanda maior demanda por ativos considerados “porto-seguros” para momentos de estresse e incerteza, como o ouro, o iene japonês e o franco suíço, prejudicando o desempenho de ativos arriscados, como ações, commodities e moedas de economias emergentes como o real”, disse.

Falas do presidente do Fed reduziram perdas

Outro momento importante do dia foram as falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que na última palestra antes da reunião da autoridade monetária que decide o rumo da taxa de juros. Powell ressaltou que o Fed enfrenta riscos contraditórios tendo que analisar a aceleração da inflação e o enfraquecimento do enfraquecimento do mercado de trabalho.

“As maiores apostas para corte de juros pelo Fed diminuíram a perspectiva de rendimento de títulos americanos e enfraqueceu o dólar globalmente, contribuindo para uma recuperação do valor do real”, explicou Mattos.

Ibovespa encerra estável

O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, encerrou o dia estável, com uma queda marginal de 0,07%, aos 141.682,99 pontos. A queda no preço do petróleo no mercado internacional fez com que as ações da Petrobras, uma das principais empresas do mercado, recuasse em 0,06% em R$ 32,19.