Nome forte para articular anistia, Tarcísio ainda não tem data para ir a Brasília

Apontado como um dos nomes fortes da articulação em prol da anistia, o governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos)
, deve investir em novas agendas em Brasília para articular a anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O trajeto do Palácio dos Bandeirantes ao Congresso Nacional, porém, ainda não tem data para acontecer.

Interlocutores disseram que a expectativa era de que Tarcísio desembarcasse na capital federal nesta segunda-feira (15). No entanto, oficialmente, ainda não há previsão de agendas na capital federal. “Sem previsão de ida a Brasília até o momento”, disse um integrante da equipe do governador à Itatiaia.

Tarcísio é considerado o nome ideal para articular o projeto de anistia de Bolsonaro. O governador é reconhecido como um político de bom trânsito e diálogo entre diferentes partidos. Com apoio do PL e outras siglas ligadas ao campo da direita, o governador de São Paulo também teria que buscar o apoio de legendas do chamado “Centrão”.

A votação de um projeto de lei (PL) que anistie os
condenados pelos atos de 8 de janeiro
, entre eles o próprio Bolsonaro, é prioridade da pauta dos aliados do ex-presidente no Congresso desde o ano passado. A pauta, no entanto, está parada e os parlamentares mais alinhados ao ex-presidente precisam conseguir apoio suficiente do Centrão para garantir que o texto chegue ao plenário.

Com a
condenação de Bolsonaro e outros sete nomes que integravam seu governo
definida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (11), a pauta da anistia se tornou ainda mais premente. A pressão para que Tarcísio atue nas costuras para a votação também cresce neste contexto

Apontado como moderado, Tarcísio subiu tom para atacar STF

Embora seja apontado por interlocutores como moderado, Tarcísio subiu o tom nos ataques contra o Supremo Tribunal Federal. O governador utilizou palavras como “ditadura” e “tirania” para se referir ao STF durante manifestação do 7 de setembro na Avenida Paulista.

A postura do político do Republicanos dividiu opiniões. A ala bolsonarista, que atacava Tarcísio por uma suposta neutralidade, em sua maioria, fez acenos favoráveis à declaração do governador.

Por outro lado, interlocutores afirmaram à Itatiaia que a escalada das declarações do governador não foi aprovada pela direita paulista tradicional, mais próxima ao centro e não necessariamente afeita ao bolsonarismo

Uma parcela da direita que defende o nome de Tarcísio para disputar as eleições presidenciais em 2026 teme que ele possa afastar eleitores por conta de um tom mais inflamado em prol da defesa de Bolsonaro e seus aliados condenados pelo Supremo Tribunal Federal.

A
participação incisiva de Tarcísio na manifestação bolsonarista no 7 de setembro
indicou um comportamento imbuído da ideia de trabalhar pela anistia. Em seu discurso, o governador chegou a mandar recados para o presidente da Câmara dos Deputados,
Hugo Motta (Republicanos-PB)
, responsável por definir se o projeto vai ou não ao plenário da Casa.

“Qual recado a gente vai dar para o Hugo Motta?”, perguntou Tarcisio aos manifestantes na Avenida Paulista na versão paulistana dos atos de 7 de setembro. Ao ser respondido em uníssono com um grito por ‘anistia já’, o governador complementou: “Presidente de Casa nenhuma pode conter a maioria da vontade do Plenário, de mais de 350 parlamentares. Então, Hugo: paute a anistia. Deixe a Casa decidir. Tenho certeza que ele vai fazer isso”.


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