Demitidos em regime de home office tinham apenas 20% de produtividade, segundo Itaú

O Itaú Unibanco afirmou que funcionários em home office,
entre os cerca de mil desligados nesta semana,
apresentavam baixos níveis de atividade digital. Em nota, a instituição explicou que, ao longo de quatro meses, identificou colaboradores cuja atividade diária chegava a apenas 20% do esperado, mesmo registrando horas extras.

“O Itaú identificou uma minoria de colaboradores em jornadas de trabalho remoto com baixos níveis de atividade digital, sendo esse um padrão de comportamento e não situações pontuais. Alguns desses casos, os mais críticos, chegaram a patamares de 20% de atividade digital no dia”, informou o banco em nota enviada à Itatiaia. A instituição destacou ainda que o monitoramento respeita a legislação e não envolve captura de telas, áudios ou vídeos.

Em publicação no Instagram, uma ex-funcionária criticou o ambiente de trabalho: “Saí do mesmo jeito que entrei. Entrei no Itaú com muita vontade de estar ali e saí do Itaú com muita vontade de sair dali”.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região também questionou a falta de transparência do banco. Segundo a presidente Neiva Ribeiro, o número de desligamentos é desproporcional, principalmente diante do lucro de R$ 22,6 bilhões registrado pelo Itaú no primeiro semestre de 2025.

“Vamos nos reunir com esses trabalhadores nesta quinta-feira (11) para ouvi-los, prestar apoio e definir os próximos passos da mobilização. O Sindicato não aceitará que o Itaú use o teletrabalho como justificativa para demissões em massa”, disse Ribeiro, em nota divulgada.

O banco afirma que os desligamentos fazem parte de um processo de gestão responsável, voltado a preservar a cultura organizacional e a relação de confiança com clientes e colaboradores, e que não tem objetivo de reduzir o quadro de funcionários, mantendo contratações e reposições conforme necessidade de cada área.

Advogada trabalhista explica demissões do banco

Nessa quarta-feira (10) a advogada trabalhista Nayara Santos
analisou as demissões em massa do Itaú e esclareceu regras sobre demissões no regime de home office.

Segundo ela, a empresa tem o chamado poder diretivo, que permite tomar decisões sobre organização, fiscalização e disciplina dos funcionários. Porém, explica que boas práticas recomendam políticas internas claras, feedbacks periódicos e oportunidade de melhoria.

(Sob supervisão de Marina Dias)


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