‘Nós somos descartáveis’, diz motorista de caminhão onde estava gari morto com tiro

A motorista Eledias Aparecida Rodrigues, de 43 anos, que dirigia o caminhão de lixo onde estava o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, assassinado após levar um tiro na barriga, conversou com a Itatiaia no enterro do colega de trabalho nesta terça-feira (12) em Contagem.

“Nós ficamos pensando, assim, nós somos descartáveis. Que valor que tem a vida? Nenhum”, desabafou.

Eledias falou ainda que não houve qualquer motivo para que o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, atirasse contra Laudemir.

“Porque não teve nada, não teve, não teve motivação. A gente não reagiu a nada. Quando ele pôs a arma para mim, eu já gritei. ‘Ele está, ele vai atirar. Ele está armado’”.

Enterro

O corpo do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos,
foi enterrado na tarde desta terça-feira (12) no Cemitério Glória, em Contagem, na Grande BH.


Ele foi assassinado com um tiro na barriga enquanto trabalhava no bairro Vista Alegre,
no bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte, nessa segunda-feira (11).


A família dele pede por Justiça e prestou homenagem ao trabalhador durante velório na Igreja Quadrangular, no bairro Nova Contagem, na Grande BH.
A enteada de Laudemir, Jéssica França, contou como receberam a notícia e falou sobre a revolta da família.

Vestindo o uniforme laranja que o padrasto utilizava todos os dias, Jéssica fez questão de lembrar o quanto ele amava a profissão. “O Lau era muito feliz no que fazia. Inclusive, ele estava em um processo de transição para trabalhar na portaria, mas não quis. Gostava demais de ser gari. Talvez, se tivesse aceitado, hoje estaria aqui. Mas ele morreu fazendo o que gostava”, disse, emocionada.

O empresário
Renê da Silva Nogueira Júnior foi autuado em flagrante
, suspeito de ser o autor do disparo, ocorrido no bairro Vista Alegre, na manhã dessa segunda-feira (11), durante uma briga de trânsito. O empresário, que é
casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, da Polícia Civil
, nega o crime.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *