Estudo aponta que quase 60% dos hipertensos brasileiros não seguem o tratamento

Um estudo envolvendo pacientes de diversas regiões do Brasil revelou que quase 60% dos brasileiros com
hipertensão
não aderem ao tratamento prescrito. O levantamento envolveu 2.578 pacientes em todas as regiões do Brasil e tinha como objetivo refletir a realidade dos hipertensos no país.

De acordo com o coordenador da pesquisa, o professor Evandro José Cesarino, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, a hipertensão é uma doença silenciosa e sem sintomas, mas que pode levar ao acidente vascular cerebral, ao infarto e à morte súbita em idades precoces.

“Muitas pessoas não levam a sério o tratamento, e por isso testes como o Morisky deveriam ser aplicados rotineiramente nas consultas médicas.”

A Escala de Morisky-Green, questionário validado internacionalmente e de baixo custo, composto de quatro perguntas que investigam se o paciente esquece, descuida ou interrompe a medicação, foi utilizada para os resultados da pesquisa.

As perguntas eram:

  1. Você alguma vez esquece de tomar seu remédio?
  2. Você é algumas vezes descuidado com o horário de tomar seu remédio
  3. Quando você se sente bem, você alguma vez para de tomar seu remédio?
  4. Quando você se sente mal com o remédio, para de vez de tomá-lo?

Para participar do estudo, os voluntários precisavam ser adultos e se comprometer a participar por pelo menos um ano. A hipertensão arterial é caracterizada pela elevação persistente da pressão sanguínea acima de 140/90 mmHg.

Apesar de fatores hereditários estarem envolvidos em muitos casos, medidas como alimentação balanceada, prática de exercícios físicos, redução do consumo de sal e álcool ajudam a prevenir ou controlar a doença. “Em muitos casos, o uso contínuo de medicamentos é essencial para evitar complicações graves”, detalhou Cesarino.

Cerca de 400 mil pessoas morrem anualemente no Brasil por doenças cardiovasculares, sendo uma das principais causas de óbitos no país, segundo o Ministério da Saúde.

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

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