Israel nega maus-tratos a Greta Thunberg e outros ativistas: ‘Mentiras descaradas’

O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou, neste domingo (5), que as alegações sobre os maus-tratos contra
Greta Thunberg
e outros membros da
Flotilha Global Sumud
durante detenção são “mentiras descaradas”. No sábado (4), ativistas disseram que testemunharam Thunberg sendo
empurrada e forçada a usar uma bandeira israelense
.

Um dos ativistas, Hazwani Helmi, da Malásia, denunciou um tratamento hostil durante o tempo de detenção. De acordo com ele, não havia comida limpa nem água. “Foi um desastre. Eles nos trataram como animais”, afirmou.

Helmi também denunciou ter tido medicamentos e pertences confiscados. Outro ativista, Windfield Beaver, dos EUA, relatou que Thunberg foi “tratada de forma terrível” e “usada como propaganda”. De acordo com Beaver, ela foi levada para uma sala quando o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, chegou ao local.

Em meio às acusações, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou na rede social X, antigo Twitter, que “as alegações sobre os maus-tratos de Greta Thunberg e outros detidos da flotilha Hamas-Sumud são mentiras descaradas.” Associando o nome dado as embarcações que tinham intenção de levar ajuda a Gaza ao grupo Hamas.

De acordo com a pasta, “todos os direitos legais dos detidos são totalmente respeitados.” O ministério ainda afirmou, sem apresentar provas, que a própria Greta e outros detidos se “recusaram a acelerar sua deportação e insistiram em prolongar sua permanência sob custódia.”

“Greta também não reclamou às autoridades israelenses sobre nenhuma dessas alegações ridículas e infundadas, porque elas nunca ocorreram”, continua o Ministério das Relações Exteriores de Israel em comunicado.

Alegações de maus-tratos

Israel sofreu condenações internacionais após interceptar cerca de
40 barcos da flotilha e deter mais de 450 ativistas. O Ministério das Relações Exteriores afirmou no X que todos os detidos estavam “seguros e em boas condições de saúde” e que o processo de deportação seria concluído rapidamente.

O ministério acusou ainda alguns membros da flotilha de “obstruir deliberadamente” a deportação, sem apresentar provas. A Reuters não conseguiu verificar essa alegação.

Segundo o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, 26 italianos estavam no voo da Turkish Airlines, enquanto outros 15 seguem detidos em Israel, aguardando deportação. Um grupo de quatro parlamentares italianos chegou a Roma na sexta-feira (3).

Parlamentares presentes na missão criticaram a ação israelense. Arturo Scotto afirmou: “Aqueles que estavam agindo legalmente eram as pessoas a bordo dos barcos; aqueles que agiram ilegalmente foram os que os impediram de chegar a Gaza”. Benedetta Scuderi disse que foram “brutalmente impedidos” e “tomados como reféns”.

O grupo israelense Adalah informou que alguns detidos não tiveram acesso a advogados, água, medicamentos e banheiros, sendo forçados a se ajoelhar com as mãos amarradas por horas. Israel negou essas acusações, afirmando que todos tiveram seus direitos respeitados.

A flotilha zarpou no final de agosto como uma
última tentativa de desafiar o bloqueio naval israelense a Gaza
, onde Israel mantém operações militares após ataques do Hamas em outubro de 2023. As autoridades israelenses classificaram a missão como ilegal e advertiram contra sua realização.

(Sob supervisão de Edu Oliveira)


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