Embarcações Pró-Palestina se aproximam de Gaza; Itália pede por segurança da frota

A
Flotilha Global Sumud
(GSF), que está a menos de 220 quilômetros da Faixa de Gaza, se prepara para uma possível interceptação de Israel. Em meio ao receio de possíveis ataques contra o grupo, os governos da Itália e da Grécia divulgaram uma nota conjunta na qual fazem um apelo para as autoridades de Israel garantirem a segurança dos ativistas.

A missão humanitária espera romper o “cerco israelense” ao território palestino e levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A frota conta com cerca de 50 embarcações e leva ao menos 500 pessoas de mais de 40 países,
incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg
, o brasileiro Thiago Ávila, além da ex-prefeita de Barcelona Ada Colau.

“Itália e Grécia acompanham atentamente os acontecimentos da Flotilha Global Sumud e apelam para que as autoridades israelenses garantam a segurança e a incolumidade dos participantes e permitam todas as ações de tutela consular”, diz o comunicado.

Na carta, os líderes também pedem que a frota aceita a oferta do Patriarcado Latino de Jerusalém, representação da Igreja Católica, para entregar a ajuda humanitária a bordo da flotilha no Chipre, de onde os itens de ajuda seriam levados à população civil de Gaza.

A sugestão não foi aceita pelo grupo, que alegou que “furar o assédio ilegal” de Israel contra a Faixa de Gaza também está entre os objetivos da Flotilha Global Sumud. “Um bloqueio que prive os civis de comida, medicamentos e ajudas é proibido. Um bloqueio que prejudique de modo desproporcional a população civil é proibido. Israel não tem nenhuma autoridade nas águas de Gaza, que pertencem à Palestina”, disse a GSF.

O grupo espera chega à Faixa de Gaza nesta quinta-feira (2). A frota está sujeita a uma interceptação iminente por parte das forças de Israel. Nos últimos meses, ativistas em barcos humanitários foram presos em águas internacionais e deportados.

“Graças à iniciativa diplomática do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela primeira vez há uma possibilidade concreta de pôr fim a este conflito brutal e ao sofrimento da população palestina, inclusive por meio do pleno acesso humanitário. Neste momento delicado, devemos nos abster de iniciativas que possam ser exploradas por aqueles que ainda rejeitam a paz”, acrescentaram os ministros.

Manobras de intimidação

A missão humanitária está na costa do Egito e afirmou, nesta quarta-feira (1º), que prosseguirá a viagem, apesar das “manobras de intimidação realizadas durante a noite”, segundo os organizadores, por “navios militares israelenses”.

O grupo saiu de Barcelona no início de setembro e se apresenta como uma “missão pacífica e não violenta”. Perto das 9h, o ativista brasileiro Thiago Ávila, membro da flotilha, indicou que estava a cerca de 202 quilômetros do território palestino.

“Nas primeiras horas desta manhã, forças navais da ocupação israelense efetuaram manobras de intimidação contra a flotilha Global Sumud”, informaram os organizadores em um comunicado.

Depois de partir da Espanha, a flotilha parou por 10 dias na Tunísia antes de retomar a viagem em 15 de setembro. Um dos principais barcos da flotilha, o Alma, “foi cercado agressivamente por um navio israelense durante vários minutos”, informou o grupo no comunicado.

“Pouco depois, o mesmo navio repetiu as mesmas manobras de cerco diante do Sirius por um período prolongado, antes de se afastar”, acrescentou o grupo. “Um barco de patrulha militar também se aproximou com uma enorme luz apontada para nós”, comentou a deputada francesa de esquerda Marie Mesmeur.

*Com agências

(Sob supervisão de Alex Araújo)


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *