Trump impõe tarifas de 100% para produtos farmacêuticos e taxas para novos setores

O presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump
, anunciou novas tarifas para países que incluem uma taxa de 100% sobre produtos farmacêuticos. Também foram definidas taxas adicionais para caminhões pesados e móveis fabricados no exterior. As medidas entram em vigor em 1º de outubro.

Segundo Trump, a decisão faz parte de sua estratégia de endurecimento da política comercial americana. “A partir de 1º de outubro, vamos impor uma tarifa de 100% sobre qualquer produto farmacêutico de marca ou patenteado, a menos que uma empresa ESTEJA CONSTRUINDO sua fábrica de produtos farmacêuticos nos Estados Unidos”, escreveu em sua rede Truth Social.

Especialistas apontam para riscos

Michael Wan, economista do banco japonês MUFG em Singapura, disse que “embora a definição de Trump seja ambígua, partimos do princípio de que não incluirá os remédios genéricos enviados por países como a Índia”.

A Federação Europeia de Indústrias Farmacêuticas (Efpia) criticou a medida. Para a entidade, a nova tarifa “criaria a pior das situações”, lembrando que os impostos “aumentam os custos, perturbam as cadeias de abastecimento e impedem que os pacientes obtenham tratamentos vitais”.

Posteriormente, Olof Gill, porta-voz da Comissão Europeia, afirmou que o acordo comercial recente entre a União Europeia e os
Estados Unidos
protege os medicamentos europeus de tarifas adicionais. O acordo prevê que a maioria das exportações, incluindo remédios, não pode ser tributada acima de 15%.

A Austrália também reagiu. O país exportou cerca de 1,35 bilhão de dólares (7,2 bilhões de reais) em produtos farmacêuticos para os EUA em 2024. O ministro da Saúde australiano, Mark Butler, declarou: “Compramos muito mais produtos farmacêuticos dos Estados Unidos do que eles compram de nós (…) Não é benéfico para os consumidores americanos impor um preço mais elevado às exportações australianas para os Estados Unidos”.

Caminhões pesados terão tarifas de 25%

Além do
setor farmacêutico
, Trump anunciou também tarifas de 25% sobre caminhões pesados fabricados fora do país. Segundo ele, a medida pretende apoiar fabricantes como Peterbilt, Kenworth, Freightliner, Mack Trucks e outros.

Empresas estrangeiras como a sueca Volvo e a alemã Daimler, que competem no mercado americano, foram diretamente afetadas. As ações dos dois grupos caíram após o anúncio.

Trump justificou as novas taxas. “As tarifas sobre estes veículos são justificadas por muitas razões, mas acima de tudo, por motivos de segurança nacional”, disse. No início do ano, o governo havia aberto investigação sobre o impacto das importações de caminhões para a segurança nacional, o que preparou o caminho para a decisão.

Materiais de construção com tarifas de 50% e móveis com tarifas de 30%

O presidente também anunciou tarifas sobre móveis e materiais para reforma. “Imporemos uma tarifa de 50% em todos os armários de cozinha, móveis de banheiro e produtos associados”, escreveu em sua rede social. A medida também começa a valer a partir de 1º de outubro.

Trump acrescentou que “além disso, cobraremos uma tarifa de 30% em móveis estofados”.

Segundo a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos, em 2022 as importações, em grande parte vindas da Ásia, representaram 60% de todos os móveis vendidos no país. Isso inclui 86% dos móveis de madeira e 42% dos móveis estofados.

As ações de varejistas como Wayfair e Williams Sonoma, que dependem de produtos importados, despencaram após o anúncio.

Guerra tarifária de Trump

Trump lidera uma
guerra tarifária
que pretende reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos.

O governo Trump impôs uma tarifa básica de 10% para todos os países, com taxas mais elevadas para algumas nações, de forma individualizada — por exemplo, para países cujas exportações para os Estados Unidos superam amplamente as importações.

Trump deseja reconstruir o setor manufatureiro com políticas protecionistas, em oposição direta às diretrizes modernas do país para manter uma economia aberta e dependente das importações.

Com agências
(Sob supervisão de Marina Dias)

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