

BH em alerta para tempo seco: entenda os riscos e como se proteger
Belo Horizonte está em alerta para
baixa umidade
índice deve ficar em torno de 30%
Organização Mundial da Saúde
A OMS estabelece que índices de umidade relativa do ar inferiores a 60% não são adequados para a saúde humana. A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Anete Fernandes, explica que, entre o outono e o
inverno,
O sistema inibe a formação de nuvens de chuva e favorece o período seco nos meses que correspondem ao outono e ao inverno. “O longo período sem chuva aliado ao predomínio de céu claro (sem nuvens ou com poucas nuvens) favorecem para que a umidade à tarde decline para valores inferiores a 30%, no período da tarde”, explica Anete Fernandes à Itatiaia.
O otorrinolaringologista cooperado da Unimed-BH, doutor Tiago Felipe Vasconcelos Gonçalves, explica que, quando a umidade do ar cai para níveis abaixo de 30%, os impactos podem ser sentidos na mucosa do nariz, da garganta e até mesmo dos olhos, por meio do ressecamento.
O médico explica que o tempo seco diminui a capacidade natural do corpo humano de filtrar impurezas e, até mesmo, microorganismos, o que aumenta o risco de infecções respiratórias como sinusites, crises alérgicas como rinite, sangramento nasal e dor de cabeça.
“As pessoas que têm rinite, asma, desvio de septo ou outras doenças respiratórias percebem uma piora desses sintomas. Além disso, o ar seco também favorece a concentração de poluentes no ar, ou seja, sujeiras, partículas em suspensão, que a gente acaba inalando, respirando, o que pode agravar ainda mais essas condições”, detalha Tiago Gonçalves à Itatiaia.
Os prejuízos do tempo seco se estendem, principalmente, para a população idosa. A geriatra cooperada da Unimed-BH, Bárbara Corrêa, reforça a necessidade de cuidados com a hidratação e com as vias aéreas. “Com o tempo seco, a gente perde água do nosso organismo para o ambiente sem perceber. Já a ingestão de água também fica prejudicada, como não está muito quente, a gente não sente tanta sede, principalmente o idoso, e aí bebe pouca água”, explica Bárbara Corrêa.
Mas, o que é a umidade relativa do ar?
A meteorologista do Inmet, Anete Fernandes, explica que a atmosfera tem capacidade para armazenar vapor d’água, como se fosse um esponja. “Quando a esponja está seca puxa muita água, mas quando satura (está cheia de água) perde a capacidade de absorver”, detalha Anete.
Ela usa como exemplo a secagem de roupa em um varal na parte externa da casa. “Quando a umidade está baixa, a atmosfera tem maior capacidade para absorver a umidade, mesmo sem vento, a roupa irá seca, pois a evaporação será maior. Se houver vento, secará ainda mais rápido devido a potencialização da evaporação”, reforça.
Já quando a umidade está alta, a roupa demora mais para secar, pois a evaporação será menor, em razão da alta umidade na atmosfera. Caso haja vento, a roupa seca um pouco mais rápido, pois o vento também auxilia na evaporação.
“Entretanto, quando a atmosfera está saturada (toda a capacidade de armazenar umidade foi suprida), a roupa não seca, mesmo se houver vento. Como ocorre na estação chuvosa, quando há chuva praticamente contínua por dias consecutivos”, explica meteorologista.
Cuidados com a saúde
As principais queixas relacionadas ao tempo seco envolvem questões como o nariz entupido, espirros, tosse geralmente seca, sensação de garganta arranhando, pigarço na garganta. Em casos mais intensos, pode acontecer sangramento nasal, principalmente, em crianças e idosos.
O otorrinolaringologista cooperado da Unimed-BH, Doutor Tiago Felipe Vasconcelos Gonçalves, reforça a importância de ações como melhorar a hidratação e, em casos extremos, procurar um médico.
Confira as principais orientações:
- Aumentar a ingestão de água ao longo do dia
- Evitar ambientes com ar condicionado por muito tempo
- Usar umidificadores ou, até mesmo, usar soro fisiológico para lavagem nasal
“Isso tudo vai ajudar a manter a mucosa nasal hidratada, faringe hidratada, e prevenir complicações. Porém, se os sintomas forem persistentes, é importante procurar um médico para fazer uma avaliação mais detalhada”, recomenda Tiago Vasconcelos.
Impactos ao meio-ambiente
Além dos impactos para a saúde humana, a baixa umidade relativa do ar favorece a propagação de incêndios e queimadas. A meteorologista do Inmet, Anete Fernandes, explica que o tempo seco não é a causa das ‘queimas’, mas favorece a propagação dos focos.
A maior parte dos incêndios florestais são causados pela ação humana, explica Anete Fernandes. “Neste caso, a precaução é evitar qualquer tipo de queima, principalmente, próximo a áreas vegetadas como parques”, afirma Anete Fernandes.
Vale ressaltar que provocar queimadas, mesmo que com o objetivo de descartar lixo no próprio quintal, é crime previsto no artigo 53 de Crimes Ambientais.
O tempo seco continua?
O aviso de baixa umidade da Defesa Civil em Belo Horizonte vale até segunda-feira (11). A capital mineira também está incluída em um
alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)
Anete Fernandes explica que, neste fim de semana, uma
frente fria
“Pode até ocorrer alguma chuva isolada no Sul já na 6ª feira à noite. Na Metropolitana e Zona da Mata no sábado, mas o alívio será momentâneo”, detalha Anete. Ela reforça que uma massa de ar frio e seco, na retaguarda da frente fria, deve trazer novamente índices críticos de umidade.
*Sob supervisão de Edu Oliveira