Nesta terça-feira (23), o governador Romeu Zema (Novo) reiterou seu posicionamento a favor da Operação Rejeito e em defesa da secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Melo. Durante evento em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ele recordou o episódio em que a titular da pasta relatou
ameaças de um dos presos na investigação da Polícia Federal
.

Em março do ano passado, o ex-deputado estadual João Alberto Paixão Lages foi indiciado pela Polícia Civil por ter ameaçado Marília Melo. Ele teria tentado coagir a secretária a aprovar o licenciamento ambiental da
Fleurs Global Mineração
, empresa que atua na Serra do Curral.

Fleurs e Lages estão entre os citados na Operação Rejeito, deflagrada na última quarta-feira (17) pela Polícia Federal. O
ex-deputado foi preso
por ser apontado como um dos nomes centrais para o sistema de fraudes em licenciamentos ambientais que envolve o pagamento de propina a integrantes de órgãos fiscalizadores como o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a
Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam)
– ligados à Semad – e a Agência Nacional de Mineração (ANM), do governo federal.

Em suas declarações posteriores à operação que cumpriu mais de cem mandados de prisão e busca e apreensão, Zema tem mantido a posição de não fazer alterações no secretariado. O governador também reitera que as autoridades do estado estão orientadas a cooperar com a investigação.

“Eu fico muito satisfeito com o prosseguimento da investigação para que aqueles que têm envolvimento sejam punidos de acordo com a lei. Para o estado é muito bom. Toda vez que você elimina frutas podres de uma estrutura, ela fica mais saudável. Então, a nossa controladoria está dando todo o apoio e nós vamos dar todo o apoio à investigação”, concluiu.

Operação Rejeito

A Operação Rejeito da Polícia Federal cumpriu, logo pela manhã, 79 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de prisão preventiva. A investigação foi realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e conta com apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal.

A suposta organização criminosa era composta por mais de 40 empresas que atuavam na distribuição de propinas e no gerenciamento de lobbies para impedir projetos políticos que
garantiriam a proteção ambiental da Serra do Curral
.

A investigação da PF aponta Gilberto Carvalho e
João Alberto Lages
como os responsáveis pela articulação institucional da organização. A rede de contatos para viabilizar as fraudes tinha influência na Agência Nacional de Mineração (ANM); na Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam); no Instituto Estadual de Florestas (IEF); e no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

Além do núcleo político, a operação indica outros nomes e divide a lista por sua atuação na suspeita de organização criminosa. Alan Cavalcante do Nascimento é apontado como o líder do grupo, responsável pelas decisões estratégicas e pelas movimentações financeiras.

No núcleo financeiro estão também Felipe Lombardi Martins – conhecido como ‘homem da mala’ – e Jamis Prado de Oliveira Junior. A operação ainda expediu mandados contra autoridades como
Rodrigo de Melo Teixeira, ex-superintendente da PF em Minas Gerais
; Rodrigo Gonçalves Franco, presidente da Feam; e Leandro César Ferreira de Carvalho, ex-gerente regional da ANM.

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